· Coloproctologia · Doenças e Tratamentos
Câncer de Intestino

Câncer colorretal corresponde aos tumores malignos que envolvem a parte mais baixa do sistema digestivo: o intestino grosso e o reto.

Os sintomas mais comuns do câncer de cólon e reto incluem:

  • Dor abdominal
  • Mudança do hábito intestinal (prisão de ventre ou diarreia)
  • Sangue nas fezes
  • Sensação de fraqueza ou cansaço
  • Deficiência de ferro e anemia
  • Fezes pretas ou de cor escura

Quando você apresenta alguns dos sintomas acima, é indicado fazer uma colonoscopia para investigação e diagnóstico. Depois que um câncer colorretal é diagnosticado, o próximo passo é determinar o seu estágio.

Os estágios do câncer colorretal variam do estágio I (o câncer invade parcialmente a parede do intestino) ao estágio IV (o câncer se espalhou ou tem metástase para órgãos distantes, como o fígado ou os pulmões).

Tratamento do Câncer de Cólon

O tratamento do câncer de cólon geralmente envolve cirurgia e também pode envolver quimioterapia. Raramente é necessária radioterapia.

Cirurgia

A cirurgia pode ser realizada pela via convencional (aberta) ou por técnica minimamente invasiva (videocirurgia e robótica).

Durante a cirurgia, a parte do cólon que contém o tumor e os tecidos circundantes são removidos. Os linfonodos (pequenos nódulos que servem como filtros para o sangue do intestino) dentro desse tecido circundante são retirados juntamente com o intestino. A sua análise microscópica posterior é de extrema importância para definição do estágio da doença.

Na maioria das pessoas, as duas extremidades do cólon podem ser reconectadas no momento da cirurgia. Se isso puder ser feito, significa que você continuará a evacuar normalmente, através do ânus. Em outros casos, o intestino não pode ser reconectado durante a cirurgia inicial. Nesses casos, o intestino é exteriorizado através de uma abertura na pele do abdômen. A abertura é chamada de ostomia (colostomia ou ileostomia) e pode ser temporária ou permanente.  

Uma equipe que inclua o coloproctologista, o oncologista e uma enfermeira especializada é essencial para que possa compreender o seu diagnóstico, tratamento e cuidados necessários após o procedimento.

Tipos de cirurgia

A cirurgia para remoção do câncer de cólon é chamada de colectomia. Há mais de um tipo de colectomia e o nome delas variam de acordo com o segmento a ser ressecado:

  • Colectomia total: retira-se todo o cólon
  • Colectomia subtotal: remove-se parte do cólon
  • Hemicolectomia: remove-se o cólon direito ou o cólon esquerdo
  • Proctocolectomia total: remove-se todo o cólon e o reto
  • Retossigmoidectomia: remove-se parte do reto e cólon sigmoide

É valido lembrar que a colectomia não é um procedimento exclusivo para casos de câncer. Ela também pode ser realizada em outras circunstâncias, como diverticulite, endometriose, lesões benignas do cólon e doenças inflamatórias.

Quimioterapia

A quimioterapia é utilizada para retardar ou parar o crescimento das células cancerígenas. Costuma ser recomendada para a maioria das pessoas com câncer em estágio III-IV e para algumas em estágio II. A quimioterapia não é recomendada para pessoas com câncer de cólon em estágio I.

Caso você tenha indicação de tratamento quimioterápico complementar, o seu oncologista irá conversar com você sobre o tratamento.

Tratamento do Câncer de Reto

A maioria dos cânceres de reto costuma ser tratada com uma combinação de cirurgia, radioterapia e quimioterapia. Assim como no câncer de cólon, o tratamento é escolhido com base no estágio da doença.

Cirurgia

Na cirurgia são removidos o segmento do reto aonde estão localizados o tumor e os linfonodos associados. Eventualmente, pode haver necessidade de confecção de uma ileostomia temporária com objetivo de desviar o trânsito intestinal e proteger a anastomose (emenda realizada após a ressecção do tumor).

Raramente, o tumor pode se localizar muito próximo ou inclusive acometer o ânus. Nesses casos, é realizada a remoção do reto e do ânus, sendo necessária a confecção de uma colostomia permanente com o cólon remanescente.

O seu coloproctologista deve conversar com você e, juntos, devem decidir qual é a cirurgia ideal para você.

Tipos de cirurgia

Uma informação essencial para definir o tipo de cirurgia a ser realizada nos casos de câncer de reto é a proximidade do tumor com o ânus.

As opções cirúrgicas para o câncer de reto são:

  • Ressecção transanal local (ressecção de espessura total ou excisão transanal): usado para remover alguns cânceres iniciais pequenos e não muito distantes do ânus.
  • Microcirurgia endoscópica transanal (TEM): usada para cânceres iniciais mais altos no reto e que não podem ser alcançados por via anal. Requer equipamentos especiais, incluindo um dispositivo e câmera de ampliação. 
  • Ressecção anterior baixa (retossigmoidectomia ou excisão total do mesorreto): a maioria dos cânceres são removidos por ressecção anterior baixa. Remove-se a parte do reto que contém o tumor junto com um segmento de cólon. Ela pode ser feita por via aberta ou por técnica minimamente invasiva.
  • Amputação abdominoperineal: é realizada quando o tumor acomete o ânus ou a musculatura elevadora do ânus. São removidos o reto, o ânus e sua musculatura, sendo criada uma colostomia permanente.
  • Exanteração pélvica: realizada quando o câncer retal acomete órgãos próximos. É removido o reto e todos os órgãos próximos atingidos pelo câncer, como bexiga, próstata (nos homens) ou útero e vagina (nas mulheres).
Quimioterapia e Radioterapia

No estágio I, é necessária somente a cirurgia. No estágio II e III, normalmente são recomendadas a quimioterapia e a radioterapia juntamente com a cirurgia. No estágio IV, o tratamento é realizado predominantemente com quimioterapia, com ou sem cirurgia/radioterapia.

Caso você venha a ter indicação de quimioterapia e/ou radioterapia, você será acompanhando por um oncologista e um radioterapeuta durante o seu tratamento.

Segurança

Embora pouco comum, existem intercorrências que podem ocorrer ao ser submetido a uma colectomia. De um modo geral, quanto mais complexa a cirurgia, maior o risco de complicações. As complicações, quando ocorrem, costumam ser menores e se resolvem ao longo da internação hospitalar.

Converse com o seu médico sobre o seu caso e suas particularidades. Procure se informar sobre as opções de tratamento, os riscos, as sequelas e a maneira de contorná-los, caso venham a ocorrer. Escolher uma equipe médica que te transmita confiança e ter uma relação médico paciente de qualidade é o primeiro passo para o sucesso do seu tratamento.

A Cirurgia Pode Causar a Propagação do Câncer?

Os avanços nos equipamentos utilizados na cirurgia e os exames de imagem mais detalhados ajudaram a diminuir drasticamente o risco de propagação do câncer na cirurgia. Além disso, os cirurgiões aprenderam a se cercar de inúmeros cuidados durante a cirurgia a fim de evitar a propagação tumoral.

Cabe lembrar: a cirurgia pode ser a única forma de combater e vencer o câncer. Se você postergar ou recusar a cirurgia, poderá estar se prejudicando por não receber um tratamento eficaz.

Acompanhamento Após o Tratamento

Após concluir o tratamento para o câncer colorretal, é importante manter acompanhamento com o seu coloproctologista e o seu oncologista. Você precisará de consultas e exames regulares por alguns anos para monitorar um possível retorno da doença. Converse com o seu médico sobre o cronograma de seguimento e não descuide da sua saúde.

Cuidados com Sua Família

Ter câncer de cólon ou de reto significa que sua família pode estar em maior risco de desenvolver câncer colorretal. É importante orientar seus familiares a consultarem com um coloproctologista a fim de definir o momento certo de iniciarem a prevenção.

Dra. Laura Moschetti
CREMERS 31934 · RQE 21923 / 24184
COLOPROCTOLOGIA

Colonoscopia
Colposcopia Anal
Cirurgia Minimamente Invasiva

Câncer de Intestino